Segundo dados do Governo Federal, a movimentação de contêineres bateu recorde no primeiro trimestre de 2025, entre janeiro e março deste ano, foram movimentados 1,3 milhão de TEU, 7% a mais que no mesmo período de 2024.
Com investimentos de R$6 bilhões, a maior obra do Novo PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal, deve ser licitada em agosto deste ano. O empreendimento é estratégico também para o desenvolvimento do Porto de Santos e para o estado.
Desta forma, o Porto de Santos que já era um dos mais importante da América Latina, se tornou ainda mais essencial dentro da logística portuária brasileira.
Sendo o transporte rodoviário de containers uma etapa fundamental dentro da logística portuária, especialmente em portos movimentados como o já citado Porto de Santos.
O processo envolve diversas etapas que exigem planejamento, cumprimento de normas e atenção aos prazos para garantir segurança e eficiência. Abaixo, apresentamos um passo a passo detalhado dessa operação.
1. Liberação da carga junto ao terminal portuário

O transporte rodoviário de containers começa com uma etapa fundamental: a liberação da carga junto ao terminal portuário.
Após a chegada da carga ao Porto de Santos, é necessário que o importador ou responsável pela carga realize o desembaraço aduaneiro, que consiste na verificação e autorização da Receita Federal para a retirada da mercadoria, que consiste em toda uma checklist de documentos necessários para utilizar com segurança o Porto de Santos.
Após essa etapa, é iniciada a solicitação de liberação junto ao terminal onde o container está armazenado. Para isso, são exigidos documentos como a Declaração de Importação (DI), Nota Fiscal, Conhecimento de Embarque (BL) e os comprovantes de quitação das taxas portuárias e de armazenagem.
É comum que os terminais operem com sistemas informatizados, onde o solicitante realiza upload dos documentos e aguarda a liberação eletrônica.
Um erro frequente nesta etapa é a entrega de documentos com divergência de dados, o que pode atrasar significativamente o processo.
Por isso, a conferência prévia e detalhada de todos os documentos de carga é indispensável para evitar gargalos logísticos.
A liberação correta garante que a carga estará pronta para o agendamento da retirada e o transporte, sendo o primeiro passo prático na cadeia logística terrestre.
2. Agendamento de retirada no terminal

Com a carga devidamente liberada, é hora de realizar o agendamento da retirada no terminal portuário.
Essa é uma exigência operacional comum nos principais terminais do país, como os de Santos, e visa organizar o fluxo de veículos e evitar acúmulo de caminhões nas áreas de embarque e desembarque.
A maioria dos terminais opera com sistemas digitais de agendamento, onde a transportadora insere informações como o número do container, dados do motorista, da carreta, horário de retirada desejado e o tipo de carga.
Esse agendamento deve ser feito com antecedência, pois a disponibilidade de janelas de retirada é limitada e disputada entre várias empresas.
A falta de agendamento ou atrasos no cumprimento do horário marcado podem gerar penalidades ou impossibilitar o acesso ao terminal, prejudicando prazos e aumentando custos operacionais.
É importante que a empresa de transporte tenha uma equipe logística organizada e que acompanhe as regras de cada terminal, já que elas podem variar.
Além disso, o agendamento permite ao terminal preparar a operação interna, agilizando o carregamento e garantindo que o container esteja acessível e pronto para ser retirado no horário determinado.
3. Carregamento do container na carreta e conferência de lacre

3D Render of a freight container Delivery Vehicle
Após o agendamento, o caminhão comparece ao terminal na data e hora marcada para o carregamento. Essa é uma etapa operacional crítica que exige precisão, segurança e atenção aos detalhes.
O container é movimentado por equipamentos especializados, como guindastes (RTG ou pórticos), que garantem a colocação correta e segura do equipamento na carreta. É responsabilidade do terminal realizar o carregamento, mas cabe à transportadora e ao motorista conferir atentamente o número do container e o estado físico do lacre antes de deixar o porto.
A conferência de lacre é uma exigência legal e aduaneira. O lacre é um dispositivo de segurança colocado na porta do container para garantir que ele não seja violado.
Sua numeração deve estar registrada nos documentos de transporte (como o Conhecimento de Embarque). Caso haja qualquer divergência entre a numeração do lacre no container e nos documentos, ou se o lacre apresentar sinais de violação, o transportador deve comunicar imediatamente o terminal e aguardar instruções.
Ignorar esse cuidado pode acarretar em problemas sérios, como multas, suspeitas de fraude ou extravio de mercadoria.
Além disso, o motorista deve verificar se a carga está bem posicionada e se o peso está compatível com os limites de rodagem, obedecendo à legislação da ANTT.
O uso de EPI, a verificação de documentação e o cumprimento das normas do terminal fazem parte dessa etapa importante para o início seguro do transporte rodoviário.
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4. Transporte até o destino final com segurança e rastreamento

Com o container carregado e o lacre conferido, inicia-se o trajeto rodoviário até o destino final.
Essa etapa deve ser planejada com cuidado, considerando rotas seguras, condições das estradas, prazos de entrega e restrições de tráfego, especialmente em regiões metropolitanas onde há limitações de circulação para veículos de carga pesada.
O Porto de Santos, por exemplo, exige atenção especial devido ao tráfego intenso da região e à necessidade de horários específicos para saída e entrada de caminhões.
A segurança no transporte é prioridade. Por isso, empresas especializadas investem em sistemas de rastreamento por GPS, que permitem o monitoramento em tempo real do trajeto, garantindo maior controle e resposta rápida em casos de imprevistos.
Além disso, é importante que a transportadora conte com seguro de carga, cobrindo eventuais perdas, roubos ou avarias.
Outro fator importante é a comunicação com o cliente. Atualizações automatizadas ou manuais sobre o status da carga trazem transparência e fortalecem a confiança na operação logística. A equipe de suporte deve estar preparada para lidar com alterações de rota, problemas mecânicos ou situações climáticas adversas.
Ao manter um transporte eficiente, seguro e com boa comunicação, reduz-se a possibilidade de atrasos, prejuízos e reclamações, tornando o serviço mais competitivo e confiável para quem opera com o comércio exterior via o Porto de Santos.
5. Descarregamento e devolução do container vazio

A etapa final do transporte envolve o descarregamento do container no destino acordado e, posteriormente, a devolução do container vazio ao terminal ou ao depósito autorizado (conhecido como “depot”).
O descarregamento deve ser realizado com atenção, utilizando empilhadeiras ou outros equipamentos apropriados, respeitando as normas de segurança para evitar avarias tanto na carga quanto no próprio container.
Uma etapa crítica aqui é a observação do prazo para devolução do container, estipulado pela armadora (empresa que detém a propriedade do container).
Se esse prazo não for respeitado, incidem taxas de demurrage, que são valores cobrados por cada dia de atraso na devolução. Essas taxas podem ser bastante altas, o que impacta diretamente nos custos logísticos.
Para evitar isso, a devolução deve ser planejada com antecedência e ocorrer o mais breve possível após o esvaziamento.
Antes da devolução, é comum que seja realizada uma inspeção visual do container para verificar se houve algum dano durante o transporte. Caso o container seja devolvido com avarias, a empresa pode ser responsabilizada financeiramente.
Finalizar a operação com o descarregamento eficiente e devolução em tempo hábil evita custos adicionais e contribui para manter um bom relacionamento com as armadoras e clientes envolvidos no processo logístico.
Conclusão
De forma mais simples, colocamos de forma resumida todo esse processo em uma tabela, para que a explicação seja mais visual em caso de qualquer dúvida:
| Etapa | Descrição Resumida | Responsável Principal |
| 1. Liberação da Carga | A carga deve ser liberada junto ao terminal portuário após o desembaraço aduaneiro e apresentação da documentação. | Importador / Despachante Aduaneiro |
| 2. Agendamento de Retirada | Realiza-se o agendamento eletrônico com o terminal para retirada do container, conforme normas do porto. | Transportadora / Operador Logístico |
| 3. Carregamento e Conferência de Lacre | O container é posicionado na carreta. Conferem-se o lacre, número do container e integridade da carga. | Transportadora / Conferente do Terminal |
| 4. Transporte Rodoviário até o Destino | O container é transportado com monitoramento (GPS/Rastreamento) e segurança nas rodovias. | Transportadora |
| 5. Descarregamento no Destino Final | A carga é descarregada no destino do cliente conforme instruções e prazos acordados. | Cliente / Transportadora |
| 6. Devolução do Container Vazio | Após o descarregamento, o container vazio é devolvido ao terminal indicado pela armadora. | Transportadora |
Mesmo com uma explicação mais simples, o transporte rodoviário de containers exige atenção a cada etapa, desde a liberação no terminal até a devolução do container vazio, para garantir agilidade, segurança e conformidade legal.
Ter uma equipe especializada e uma transportadora experiente faz toda a diferença para evitar atrasos e custos extras.
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