O Porto de Santos, situado no litoral paulista, é responsável por movimentar quase um terço de todo o comércio exterior brasileiro.
A movimentação de containers no Porto de Santos segue registrando recordes, impulsionada pela escalada da demanda global. Em janeiro de 2025, o terminal alcançou a marca histórica de 460,8 mil TEUs, um crescimento de 12,1% em relação ao mesmo período do ano anterior
Esse aumento expressivo ocorre em meio a um ambiente de pressão logística, com portos enfrentando congestionamento, falta de infraestrutura e custos operacionais elevados
Com sua localização estratégica e infraestrutura robusta, ele concentra operações complexas que exigem planejamento logístico detalhado.
Quando se trata de calcular o custo do transporte de um container nesse porto, não existe um valor fixo ou padrão: ele é formado por um conjunto de fatores que variam conforme a operação, o tipo de carga, a rota e as exigências legais.
Hoje, elaboramos um guia com todos os fatores que influenciam o preço no transporte de container no Porto de Santos.
Guia com fatores que influenciam o preço
O valor final do transporte de um container é a soma de diversos componentes. Entre os principais, estão: distância até o destino, tipo de carga transportada, modalidade de frete contratada, custos com pedágios, taxas portuárias e despesas adicionais como seguros, armazenagem e monitoramento.
Fatores externos, como variação no preço do diesel, câmbio e sazonalidade (alta ou baixa demanda), também impactam diretamente o valor.
É comum, por exemplo, que nos períodos de pico, como antes de datas comemorativas e feiras internacionais, os preços subam devido à alta procura por serviços de transporte.
Além disso, questões operacionais, como o tempo de espera para retirada ou entrega do container, influenciam nos custos, já que atrasos podem gerar cobranças extras de armazenagem (storage) ou diárias de container (demurrage).
Empresas que não consideram todos esses pontos podem ter surpresas desagradáveis na fatura final. Por isso, calcular o preço exige um planejamento minucioso e a escolha de parceiros logísticos experientes.
Distância
A distância entre o Porto de Santos e o destino final é um dos fatores mais determinantes no custo do transporte.
Quanto maior o percurso, maior será o consumo de combustível, o desgaste dos pneus e peças, além do tempo de viagem e pedágios acumulados.
No transporte rodoviário, que é o mais utilizado, cada quilômetro rodado representa custos operacionais que precisam ser repassados ao cliente.
Um trajeto curto dentro da Baixada Santista pode custar significativamente menos do que uma entrega para estados como Minas Gerais ou Paraná, por exemplo. Além disso, rotas mais longas podem exigir troca de motoristas, paradas obrigatórias e até pernoites, elevando o valor.
Outro ponto relevante é a infraestrutura da estrada: percursos com rodovias mal conservadas ou tráfego intenso podem aumentar o tempo de viagem e o consumo de combustível.
Transportadoras experientes usam softwares de roteirização para definir caminhos mais curtos e econômicos, mas nem sempre o trajeto mais curto é o mais barato, especialmente quando há pedágios caros no caminho.
Assim, calcular o custo por distância não se limita ao número de quilômetros, mas envolve uma análise estratégica de todo o trajeto.
Tipo de carga
O tipo de carga transportada influencia diretamente no custo do transporte de containers. Mercadorias classificadas como perigosas, como produtos químicos, inflamáveis ou radioativos, requerem licenças especiais, embalagens certificadas e veículos equipados para garantir a segurança da operação.
Isso eleva o preço, pois a transportadora precisa cumprir normas rigorosas, como as da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Código de Defesa Civil.
Já produtos perecíveis, como frutas, carnes e medicamentos, podem necessitar de containers refrigerados (reefers), cujo funcionamento demanda energia constante e manutenção especializada.
Essa operação também exige monitoramento contínuo da temperatura e um planejamento logístico preciso para evitar perdas.
Outro caso são cargas de alto valor agregado, como eletrônicos, jóias ou maquinário industrial, que podem precisar de escolta armada, seguro com cobertura ampliada e rastreamento via satélite, tudo isso ajuda a encarecer o transporte.
Por fim, cargas volumosas ou com peso acima do padrão podem exigir veículos especiais, licenças para tráfego de cargas indivisíveis e acompanhamento de batedores, adicionando custos operacionais e burocráticos.
Ou seja, entender a natureza da carga é importante para precificar corretamente e garantir uma operação segura e dentro das normas legais.
Frete
O frete representa o valor cobrado pelo deslocamento do container entre o porto e o destino final (ou vice-versa).
Ele pode ser calculado de diferentes formas, como valor fixo por viagem, preço por quilômetro rodado ou por tonelada transportada.
No Porto de Santos, o frete rodoviário é o mais comum, especialmente para destinos no estado de São Paulo e regiões próximas.
Para distâncias maiores, muitas empresas optam por combinar modais, como o ferroviário, que oferece maior capacidade de carga e custos reduzidos por volume, embora com prazos geralmente mais longos.
Também existe o transporte por cabotagem, que utiliza rotas marítimas para conectar portos brasileiros, sendo uma alternativa eficiente para longas distâncias litorâneas.
No entanto, o valor do frete não depende apenas do modal: variáveis como urgência, tipo de carga, rota e disponibilidade de caminhões influenciam no cálculo.
Além disso, contratos de longo prazo costumam ter preços mais competitivos, enquanto fretes avulsos tendem a ser mais caros.
Empresas que negociam bem o frete e planejam a logística com antecedência podem obter economias significativas e maior previsibilidade nos custos.
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Pedágios
O custo com pedágios é um fator que não pode ser ignorado no transporte rodoviário de containers.
O estado de São Paulo, por exemplo, possui algumas das tarifas mais altas do país, especialmente em rodovias concessionadas como Anchieta-Imigrantes, Anhanguera e Bandeirantes (principais rotas de saída do Porto de Santos).
Dependendo do destino, o valor acumulado dos pedágios pode representar uma parcela significativa do custo final. É importante lembrar que o cálculo é feito por eixo do caminhão, e um veículo que transporta um container geralmente possui vários eixos, o que eleva a tarifa.
Transportadoras experientes estudam rotas alternativas para reduzir a quantidade de praças de pedágio, mas nem sempre é possível, já que a segurança, o tempo de entrega e as condições da via também devem ser considerados.
Além disso, mudanças nas tarifas, que são reajustadas anualmente, impactam diretamente o orçamento. Portanto, o valor dos pedágios precisa ser calculado com precisão na etapa de cotação, para evitar custos não previstos no fechamento do contrato.
Taxas portuárias
As taxas portuárias são cobranças aplicadas pelos terminais para a utilização de sua infraestrutura e serviços.
No Porto de Santos, elas podem incluir custos de armazenagem, movimentação de carga, escaneamento, pesagem, inspeções aduaneiras e utilização de equipamentos especializados.
O valor varia conforme o tipo de carga, o tempo de permanência do container no terminal e a necessidade de serviços adicionais.
Um fator de atenção é o prazo para retirada do container: se ultrapassado, o importador pode ter que pagar diárias de armazenagem (storage) e multas conhecidas como demurrage, cobradas pelo armador (empresa dona do container).
Além disso, operações mais complexas, como o desembaraço de cargas especiais ou inspeções de órgãos anuentes, podem prolongar o tempo no porto e gerar taxas extras.
Abaixo, elaboramos uma tabela com a relação entre todas as taxas portuárias mais relevantes na hora de realizar um transporte de container no Porto de Santos:
Tipo de Taxa | Descrição | Quem Cobra | Quando é Aplicada |
THC (Terminal Handling Charge) | Taxa de manuseio de container dentro do terminal portuário | Terminal portuário | No embarque e no desembarque do container |
Taxa de Armazenagem | Cobrança pelo tempo que o container permanece no terminal | Terminal portuário | Após período de livre permanência, normalmente de 5 a 7 dias |
Taxa de Escaneamento | Cobrança pelo uso de scanner para inspeção de segurança do container | Receita Federal / Terminal portuário | Sempre que o container passar por inspeção obrigatória |
Taxa de Capatazia | Serviço de movimentação da carga entre caminhão, pátio e navio | Terminal portuário | Durante a operação de carga ou descarga |
Taxa de Desunitização | Cobrança para abrir e retirar a carga de dentro do container no terminal | Terminal portuário / operador logístico | Quando é necessário retirar a carga antes do envio ao destino final |
Taxa de Demurrage | Multa por atraso na devolução do container vazio ao armador | Armador (companhia de navegação) | Após o prazo de free time acordado no contrato de frete |
Ter uma boa coordenação logística e liberar a documentação com antecedência é indispensável para reduzir esses custos. Transportadoras e operadores logísticos experientes ajudam a gerenciar esse processo, evitando atrasos e despesas adicionais.
Conclusão
O custo do transporte de um container no Porto de Santos depende de múltiplos fatores, como distância, tipo de carga, modalidade de frete, pedágios e taxas portuárias.
Compreender cada um desses elementos é importante para negociar melhor, planejar rotas mais eficientes e evitar gastos desnecessários.
Ao contar com um parceiro logístico experiente e estratégias de otimização, é possível reduzir despesas e manter a competitividade da operação.
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