Transporte de produtos perigosos: como deve ser feito?

28 de agosto de 2024 | Logística

O transporte de produtos perigosos requer uma adesão rigorosa às normas estabelecidas para assegurar a proteção de todos os envolvidos e do meio ambiente.

A manipulação inadequada desses materiais pode resultar em acidentes graves, como explosões e vazamentos de substâncias tóxicas e corrosivas, que podem causar intoxicação severa e danos ao ambiente.

Por isso, é importante conhecer sobre as exigências para o transporte seguro de cargas IMO (International Maritime Organization). A Resolução da ANTT Nº 5.998/22 atualiza as diretrizes para o transporte rodoviário de produtos perigosos, detalhando os procedimentos necessários para cada tipo de substância.

Neste artigo, exploraremos as categorias de produtos descritas pela nova legislação para transporte de produtos perigosos e alguns dos cuidados essenciais para garantir a segurança nesse serviço.

Vem com a gente?

Quais são as classificações dos produtos perigosos?

Os produtos perigosos são classificados em nove categorias com base em seus riscos. No Brasil, a Lei nº 10.233/2001 e a Resolução ANTT Transporte de Produtos Perigosos regulam seu transporte, definindo normas para classificação, embalagem, sinalização e documentação.

A ANTT adotou as diretrizes da ONU para assegurar que o transporte desses produtos siga os requisitos de segurança apropriados.

Conheça já a classificação dos produtos perigosos:

 

Leia também: Quais são os tipos de cargas para transporte?

 

  • Classe 1 – Produtos perigosos

Classe 1 – Produtos perigosos

A Classe 1 abrange substâncias e artigos explosivos, exceto aqueles extremamente perigosos para transporte ou que apresentem riscos mais adequados a outras classes.

Os artigos explosivos dessa classe são projetados para gerar efeitos como projeção, fogo, calor ou som. Inclui-se aqui também substâncias e artigos com fins pirotécnicos.

A Classe 1 se divide em seis subclasses:

  • Subclasse 1.1 – Substâncias e artigos com risco de explosão em massa: TNT (trinitrotolueno), nitroglicerina, dinamite etc.
  • Subclasse 1.2 – Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de explosão em massa: certos tipos de munições de artilharia etc.
  • Subclasse 1.3 – Substâncias e artigos com risco de fogo, mas sem risco de explosão em massa: foguetes pirotécnicos, sinalizadores de emergência etc.
  • Subclasse 1.4 – Substâncias e artigos com pequeno risco em caso de ignição: munição de pequeno calibre, dispositivos de sinalização luminosa.
  • Subclasse 1.5 – Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa: ANFO (nitrato de amônio e óleo combustível), certos tipos de explosivos industriais.
  • Subclasse 1.6 – Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa: alguns tipos de detonadores eletrônicos de uso militar ou civil, dispositivos explosivos de segurança avançada para defesa.
  • Classe 2 – Produtos perigosos

Classe 2 – Produtos perigosos
A Classe 2 inclui substâncias que são definidas como gases, ou seja, materiais que, a 50°C, têm uma pressão de vapor superior a 300 kPa ou que são completamente gasosos a 20°C sob pressão normal (101,3 kPa).

A Classe 2 dos gases é dividida em três subclasses. Confira abaixo a descrição de cada uma:

  • Subclasse 2.1 – Gases inflamáveis;
  • Subclasse 2.2 – Gases não-inflamáveis e não-tóxicos: Inclui gases que podem ser asfixiantes, ao substituir ou diluir o oxigênio no ambiente, ou oxidantes, que facilitam a combustão de outros materiais.
  • Subclasse 2.3 – Gases tóxicos: Compreende gases que são perigosamente tóxicos ou corrosivos, representando um risco à saúde humana.
  • Classe 3 – Produtos perigosos

Classe 3 – Produtos perigosos
Esta classe abrange líquidos que são facilmente inflamáveis. Inclui líquidos puros, misturas e líquidos que contêm sólidos em solução ou suspensão, como tintas e vernizes, que liberam vapores inflamáveis a temperaturas de até 60°C em ensaio de vaso fechado ou até 65,6°C em ensaio de vaso aberto, conhecido como ponto de fulgor.

Exemplos da classe de líquido inflamável 3 incluem: acetona, gasolina e óleo diesel.

Também fazem parte dessa classe:

  • Explosivos líquidos insensibilizados: Líquidos que, embora inflamáveis, são menos sensíveis a detonações.
  • Líquidos transportados a temperaturas iguais ou superiores ao seu ponto de fulgor.
  • Substâncias que, quando aquecidas para transporte, liberam vapores inflamáveis a temperaturas iguais ou inferiores à temperatura máxima de transporte.
  • Classe 4 – Produtos perigosos

Classe 4 – Produtos perigososA Classe 4 abrange materiais sólidos e substâncias que apresentam riscos especiais durante o transporte devido às suas propriedades inflamáveis e reativas. Ela é dividida em três subclasses, cada uma abordando diferentes tipos de riscos associados a esses materiais.

Subclasse 4.1 – Sólidos inflamáveis, substâncias auto reagentes e explosivos sólidos insensibilizados

  • Sólidos inflamáveis: Materiais que pegam fogo facilmente, ou que podem provocar incêndios por atrito.
  • Substâncias auto reagentes: Produtos que podem sofrer reações químicas intensas e perigosas sem necessidade de oxigênio, excluindo explosivos e peróxidos orgânicos.
  • Explosivos sólidos insensibilizados: Substâncias explosivas que foram umedecidas ou diluídas para reduzir sua sensibilidade a explosões.

Subclasse 4.2 – Substâncias sujeitas à combustão espontânea

  • Substâncias pirofóricas: Materiais que pegam fogo rapidamente ao entrar em contato com o ar, como certos compostos metálicos.
  • Substâncias sujeitas a autoaquecimento: Produtos que podem se auto aquecer e inflamar sem uma fonte externa de calor, como alguns compostos orgânicos.

Subclasse 4.3 – Substâncias que emitem gases inflamáveis ao contato com água

São materiais que liberam gases inflamáveis ao entrar em contato com água, podendo formar misturas explosivas.

  • Classe 5 – Produtos perigosos

Classe 5 – Produtos perigosos

A Classe 5 inclui substâncias que podem causar ou contribuir para a combustão de outros materiais.

Ela é dividida em duas subclasses:

Subclasse 5.1 – Substâncias Oxidantes

Estas substâncias não são necessariamente inflamáveis por si mesmas, mas podem liberar oxigênio, facilitando a combustão de outros materiais.

Subclasse 5.2 – Peróxidos Orgânicos

Peróxidos orgânicos são compostos orgânicos que contêm a estrutura -O-O-. Esses peróxidos são classificados em sete tipos, de acordo com o risco que representam, variando de tipo A, que é muito perigoso para o transporte, até o tipo G, que não está sujeito a regulamentos específicos.

  • Classe 6 – Produtos perigosos

Classe 6 – Produtos perigosos

A Classe 6 engloba substâncias que apresentam riscos severos à saúde humana e animal, dividindo-se em duas subclasses que tratam de materiais com diferentes tipos de perigos.

  • Subclasse 6.1 – Substâncias Tóxicas: Essas substâncias podem causar morte, lesões graves ou danos à saúde se ingeridas, inaladas ou em contato com a pele. Exemplos incluem o cianeto de hidrogênio e o mercúrio.
  • Subclasse 6.2 – Substâncias Infectantes: Substâncias que contêm ou são suspeitas de conter patógenos, como bactérias, vírus, ou outros agentes capazes de causar doenças em humanos ou animais. Exemplos incluem amostras de sangue contaminadas com o vírus HIV e culturas de bactérias como a Salmonella.
  • Classe 7 – Produtos perigosos

Classe 7 – Produtos perigosos
A Classe 7 abrange materiais radioativos, que são substâncias contendo isótopos instáveis capazes de emitir energia sob a forma de radiação, como césio, urânio e outros.

Esses materiais podem ser encontrados na natureza ou produzidos em laboratório, e são utilizados em diversas áreas, como na indústria, medicina e pesquisa.

O transporte de materiais da Classe 7 deve seguir rigorosamente as normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para garantir a segurança durante o manuseio e transporte.

  • Classe 8 – Produtos perigosos

Classe 8 – Produtos perigosos
A Classe 8 abrange substâncias corrosivas que causam danos graves a tecidos vivos ou podem danificar outras cargas e veículos se houver vazamento, como o ácido sulfúrico e o hidróxido de sódio (conhecido como soda cáustica).

  • Classe 9 – Produtos perigosos

Classe 9 – Produtos perigosos
A Classe 9 inclui substâncias e artigos que apresentam riscos durante o transporte, mas que não se encaixam nas categorias de outras classes de produtos perigosos.

Exemplos:

  • Baterias de lítio: Podem causar incêndios ou reações químicas perigosas se danificadas ou mal manuseadas.
  • Resíduos perigosos: Resíduos de processos industriais que não se encaixam em categorias específicas de substâncias perigosas, mas que ainda apresentam riscos.
  • Produtos de poluição: Substâncias que, quando liberadas no meio ambiente, podem causar danos ecológicos, mas que não são classificadas em outras classes.

Por fim, é importante destacar que o produtos das Classes 3, 4, 5 e 8, bem como da Subclasse 6.1, são classificados para embalagem em três grupos, de acordo com o nível de risco que representam:

  • Grupo de Embalagem I: Alto risco;
  • Grupo de Embalagem II: Risco médio;
  • Grupo de Embalagem III: Baixo risco.

Como deve ser o transporte de produtos perigosos? O que é necessário?

O transporte de produto perigoso deve seguir uma série de regulamentações e precauções para lidar com esse tipo de carga e evitar riscos. Isso inclui:

  • Veículos: As carretas e os tipos de caminhões usados devem ser apropriados para as cargas IMO e estar devidamente equipados com os sistemas de segurança necessários, como extintores e kits de emergência.
  • Sinalização: É crucial que os veículos estejam sinalizados conforme as normas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), utilizando placas de segurança e rótulos de risco que informem claramente sobre os perigos da carga IMO.
  • Documentação para o transporte de cargas: Inclui a ficha de emergência, a ficha de segurança do produto químico (FISPQ) e o Manifesto de Carga, além da inscrição no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC), conforme o Art. 5º da ANTT.
  • Treinamento: Os motoristas e demais envolvidos no transporte devem ser devidamente treinados para lidar com situações de emergência e conhecer os procedimentos de segurança necessários.
  • Embalagem e armazenamento: Utilizar embalagens apropriadas e sinalizadas para evitar danos e confusões. As embalagens devem ser compatíveis com os produtos e suas propriedades químicas.

 

Leia também: O que faz uma empresa de logística e transporte?

 

Quais NRS regulamentam o transporte de cargas perigosas?

O transporte de cargas perigosas é regulamentado por diversas normas que visam garantir a segurança do transporte, dos trabalhadores envolvidos e do meio ambiente. Entre as normas mais relevantes estão:

  • ABNT NBR 7500: Normatiza a sinalização de segurança nos veículos que realizam o transporte rodoviário de produtos perigosos.
  • ABNT NBR 14064: Estabelece as diretrizes para o conjunto de equipamentos de emergência que devem estar disponíveis no transporte terrestre de produtos perigosos.
  • ABNT NBR 9735: Define os requisitos para o plano de emergência e as medidas de segurança a serem adotadas no transporte de produtos perigosos.

Como é feita a sinalização para o Transporte de Produtos Perigosos?

Como é feita a sinalização para o Transporte de Produtos Perigosos?

A sinalização é um elemento essencial no transporte de produtos perigosos, pois permite a rápida identificação dos riscos associados à carga. A sinalização deve incluir:

  • Placas de segurança: As placas de transporte de produtos perigosos devem indicar o número da ONU (Organização das Nações Unidas) e o número de risco.
  • Rótulos de risco: Colocados nas embalagens e veículos, o rótulo usa símbolos visuais para informar sobre o tipo de perigo do produto transportado, seguindo padrões da NBR 7500 e diretrizes da ONU.
  • Painéis de segurança: Devem ser colocados nos veículos para alertar sobre os riscos, utilizando símbolos e cores padronizadas que indicam a classe de risco do material.

Conclusão sobre o transporte de cargas perigosas (IMO)

Em conclusão, o transporte de cargas perigosas é uma atividade altamente regulamentada que exige atenção meticulosa a normas e procedimentos para garantir a segurança de todos os envolvidos e do meio ambiente.

Seguir rigorosamente as regulamentações da ANTT e da ABNT, utilizar a sinalização adequada e garantir que todos os envolvidos estejam devidamente treinados são passos essenciais para prevenir acidentes graves e minimizar riscos.

O cumprimento dessas diretrizes não apenas protege vidas e o meio ambiente, mas também assegura que o transporte desses materiais ocorra de forma eficiente e responsável.

Se você está pensando em contratar uma transportadora de produtos perigosos, a Decklog é uma empresa de transporte localizada em Santos que garante maior eficiência e agilidade em suas operações logísticas.

Entre em contato com a gente e faça seu orçamento!

DeckLog

Fale com nossa equipe agora mesmo!

    Fale conosco Estamos online
    Decklog
    Privacy Overview

    This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.